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28 de ago. de 2009

A CIGARRA E AS DUAS FORMIGAS


A FORMIGA BOA
Houve uma jovem cigarra que tinha o costume de chiar ao pé dum formigueiro. Só parava quando cansadinha; e seu divertimento então era observar as formigas na eterna faina de abastecer as tulhas. Mas o bom tempo afinal passou e vieram as chuvas. Os animais todos, arrepiados, passavam o dia cochilando nas tocas. A pobre cigarra, sem abrigo em seu galhinho seco e metida em grandes apuros, deliberou socorrer-se de alguém. Manquitolando, com uma asa a arrastar, lá se dirigiu para o formigueiro. Bateu _ tique, tique, tique... Aparece uma formiga, friorenta, embrulhada num xalinho de paina.

- Que quer? _ perguntou, examinando a triste mendiga suja de lama e a tossir.

- Venho em busca de um agasalho. O mau tempo não cessa e eu...

A formiga olhou-a de alto a baixo.

- E o que fez durante o bom tempo, que não construiu sua casa?

A pobre cigarra, toda tremendo, respondeu depois de um acesso de tosse:

- Eu cantava, bem sabe...

- Ah! ... exclamou a formiga recordando-se. Era você então quem cantava nessa árvore enquanto nós labutávamos para encher as tulhas?

- Isso mesmo, era eu...

- Pois entre, amiguinha! Nunca poderemos esquecer as boas horas que sua cantoria nos proporcionou. Aquele chiado nos distraía e aliviava o trabalho. Dizíamos sempre: que felicidade ter como vizinha tão gentil cantora! Entre, amiga, que aqui terá cama e mesa durante todo o mau tempo.
A cigarra entrou, sarou da tosse e voltou a ser a alegre cantora dos dias de sol.




A FORMIGA MÁ

Já houve, entretanto, uma formiga má que não soube compreender a cigarra e com dureza a repeliu de sua porta.

Foi isso na Europa, em pleno inverno, quando a neve recobria o mundo com seu cruel manto de gelo.

A cigarra, como de costume, havia cantado sem parar o estio inteiro e o inverno veio encontrá-la desprovida de tudo, sem casa onde abrigar-se nem folinha que comesse.

Desesperada, bateu à porta da formiga e implorou - emprestado, notem! - uns miseráveis restos de comida. Pagaria com juros altos aquela comida de empréstimo, logo que o tempo o permitisse.

Mas a formiga era uma usurária sem entranhas. Além disso, invejosa. Como não soubesse cantar, tinha ódio à cigarra por vê-la querida de todos os seres.

- Que fazia você durante o bom tempo?

- Eu... eu cantava!...

- Cantava? Pois dance agora, vagabunda! - e fechou-lhe a porta no nariz.

Resultado: a cigarra ali morreu entanguidinha; e quando voltou a primavera o mundo apresentava um aspecto mais triste. É que faltava na música do mundo o som estridente daquela cigarra, morta por causa da avareza da formiga. Mas se a usurária morresse, quem daria pela falta dela?

Monteiro Lobato

Reflexões:

Eu gosto de fazer reflexões, a formiga boa além de muito trabalhar, também parava para ouvir o lindo canto da cigarra, que enbelezava a vida dura que ela levava. Esta formiga sabia solarizar sua vida, e enluarizar seu mundo. Havia descortinado o mundo rico de sabedoria, onde a beleza, a recreação, a poesia, a música faz parte de uma vida bem vida. Por isso esta formiga desenvolveu o campo essencial e descobriu a compaxão. E quem é compassivo sabe acolher o outro, sem julgar. Por consequência ele continuou ouvindo a linda canção da cigarra.

E a cigarra má, tadinha, nunca parou para solarizar sua vida, sair para ouvir o canto da cigarra, ver um lindo por sol, ou enluarizar seu mundo pequeno, deitar ao relento e ver uma linda noite de lua cheia, o brilho encandescente de raios que enriquece o olhar. Ela ficou muito amarga, pela vidinha pequena de só trabalhar, só trabalhar, só trabalhar. Como consequência nunca mais ouviu o lindo canto da cigarra.

Pense nisto!

Que seria de todos nós, se os artistas, escritores, músicos não existem...

Quantas maravilhosas cigarras embelezam a nossa vida...

O mundo precisa de formigas e de cigarras.

Paz e Luz


12 comentários:

angela disse...

Precisamos e muito da riqueza de sentimentos que eles nos provocam, dos pensamentos que desenvolvemos com sua arte. Nos enriquece e nos preeche, nos ajudam a compreender o mundo e a vida em seus misterios.
beijos

angela disse...

Tem um presente para você em meu blog, venha pega-lo.
beijo

JUREMA disse...

Esta história mostra as dificuldades enfrentadas pelos iguais que não conseguem se unir aos desiguais.
É preciso do sol ,mas o que seria de nós sem a chuva.
É preciso do frio ,mas tambem necessitamos do calor.
O trabalho da indulgência é o melhor caminho a seguir ,quando não entendemos o outro.
Aceitamos as diferenças e vivamos mais felizes.
Abraços e curti muito teu espaço.

Tereza Ferraz disse...

Onde repousa nosso olhar?
Belo Peregrina.
Há selo para vc no blog, fica a vontade pegar ou não.

Anônimo disse...

Gosto destas leituras...aonde quemos chegar e qual a nossa itenção!

ONG ALERTA disse...

Cada um vem para este mundo com sua tarefa uns fazem mais que outros mas precisamos de todos...

Lívia Luz disse...

A boa formiguinha tinha em seu coração a compaixão, e a outra caminhou para a amargura. Abraços

Marcos Takata disse...

Com certeza que o bom precisa de formiguinhas boas.Namaste

O Profeta disse...

Uma jura de amor nasce do peito
O querer vestiu-de de exaltação
Um olhar prende um sorriso sincero
Duas mão procuram a união

Seguem juntos rumo ao infinito
Habitam o Templo da imaculada ternura
Nesta peça ninguém morre, acaba bem
As deixas são engalanadas pela formosura


Queres viajar no para sempre...?

Doce beijo

NUMEROLOGIA E PROSPERIDADE disse...

Essa fábula é muito interessante,lembra a minha infãncia. Aprendi muito com as formigas e também com a cigarra.
Saudações Florestais !

Maria José Rezende de Lacerda disse...

Tem um selo “SOMOS TODOS IRMÃOS” no meu blog para você. Este selo representa o amor universal. Vamos participar desta corrente de amor, levando luz a todos os nossos irmãos.

Peregrina da Luz disse...

Agradeço de coração, pelos comentários e selinhos, vou pegar pra colocar num slide. Beijos no coração.

28 de ago. de 2009

A CIGARRA E AS DUAS FORMIGAS


A FORMIGA BOA

Houve uma jovem cigarra que tinha o costume de chiar ao pé dum formigueiro. Só parava quando cansadinha; e seu divertimento então era observar as formigas na eterna faina de abastecer as tulhas. Mas o bom tempo afinal passou e vieram as chuvas. Os animais todos, arrepiados, passavam o dia cochilando nas tocas. A pobre cigarra, sem abrigo em seu galhinho seco e metida em grandes apuros, deliberou socorrer-se de alguém. Manquitolando, com uma asa a arrastar, lá se dirigiu para o formigueiro. Bateu _ tique, tique, tique... Aparece uma formiga, friorenta, embrulhada num xalinho de paina.

- Que quer? _ perguntou, examinando a triste mendiga suja de lama e a tossir.

- Venho em busca de um agasalho. O mau tempo não cessa e eu...

A formiga olhou-a de alto a baixo.

- E o que fez durante o bom tempo, que não construiu sua casa?

A pobre cigarra, toda tremendo, respondeu depois de um acesso de tosse:

- Eu cantava, bem sabe...

- Ah! ... exclamou a formiga recordando-se. Era você então quem cantava nessa árvore enquanto nós labutávamos para encher as tulhas?

- Isso mesmo, era eu...

- Pois entre, amiguinha! Nunca poderemos esquecer as boas horas que sua cantoria nos proporcionou. Aquele chiado nos distraía e aliviava o trabalho. Dizíamos sempre: que felicidade ter como vizinha tão gentil cantora! Entre, amiga, que aqui terá cama e mesa durante todo o mau tempo.
A cigarra entrou, sarou da tosse e voltou a ser a alegre cantora dos dias de sol.




A FORMIGA MÁ

Já houve, entretanto, uma formiga má que não soube compreender a cigarra e com dureza a repeliu de sua porta.

Foi isso na Europa, em pleno inverno, quando a neve recobria o mundo com seu cruel manto de gelo.

A cigarra, como de costume, havia cantado sem parar o estio inteiro e o inverno veio encontrá-la desprovida de tudo, sem casa onde abrigar-se nem folinha que comesse.

Desesperada, bateu à porta da formiga e implorou - emprestado, notem! - uns miseráveis restos de comida. Pagaria com juros altos aquela comida de empréstimo, logo que o tempo o permitisse.

Mas a formiga era uma usurária sem entranhas. Além disso, invejosa. Como não soubesse cantar, tinha ódio à cigarra por vê-la querida de todos os seres.

- Que fazia você durante o bom tempo?

- Eu... eu cantava!...

- Cantava? Pois dance agora, vagabunda! - e fechou-lhe a porta no nariz.

Resultado: a cigarra ali morreu entanguidinha; e quando voltou a primavera o mundo apresentava um aspecto mais triste. É que faltava na música do mundo o som estridente daquela cigarra, morta por causa da avareza da formiga. Mas se a usurária morresse, quem daria pela falta dela?

Monteiro Lobato

Reflexões:

Eu gosto de fazer reflexões, a formiga boa além de muito trabalhar, também parava para ouvir o lindo canto da cigarra, que enbelezava a vida dura que ela levava. Esta formiga sabia solarizar sua vida, e enluarizar seu mundo. Havia descortinado o mundo rico de sabedoria, onde a beleza, a recreação, a poesia, a música faz parte de uma vida bem vida. Por isso esta formiga desenvolveu o campo essencial e descobriu a compaxão. E quem é compassivo sabe acolher o outro, sem julgar. Por consequência ele continuou ouvindo a linda canção da cigarra.

E a cigarra má, tadinha, nunca parou para solarizar sua vida, sair para ouvir o canto da cigarra, ver um lindo por sol, ou enluarizar seu mundo pequeno, deitar ao relento e ver uma linda noite de lua cheia, o brilho encandescente de raios que enriquece o olhar. Ela ficou muito amarga, pela vidinha pequena de só trabalhar, só trabalhar, só trabalhar. Como consequência nunca mais ouviu o lindo canto da cigarra.

Pense nisto!

Que seria de todos nós, se os artistas, escritores, músicos não existem...

Quantas maravilhosas cigarras embelezam a nossa vida...

O mundo precisa de formigas e de cigarras.

Paz e Luz


12 comentários:

angela disse...

Precisamos e muito da riqueza de sentimentos que eles nos provocam, dos pensamentos que desenvolvemos com sua arte. Nos enriquece e nos preeche, nos ajudam a compreender o mundo e a vida em seus misterios.
beijos

angela disse...

Tem um presente para você em meu blog, venha pega-lo.
beijo

JUREMA disse...

Esta história mostra as dificuldades enfrentadas pelos iguais que não conseguem se unir aos desiguais.
É preciso do sol ,mas o que seria de nós sem a chuva.
É preciso do frio ,mas tambem necessitamos do calor.
O trabalho da indulgência é o melhor caminho a seguir ,quando não entendemos o outro.
Aceitamos as diferenças e vivamos mais felizes.
Abraços e curti muito teu espaço.

Tereza Ferraz disse...

Onde repousa nosso olhar?
Belo Peregrina.
Há selo para vc no blog, fica a vontade pegar ou não.

Anônimo disse...

Gosto destas leituras...aonde quemos chegar e qual a nossa itenção!

ONG ALERTA disse...

Cada um vem para este mundo com sua tarefa uns fazem mais que outros mas precisamos de todos...

Lívia Luz disse...

A boa formiguinha tinha em seu coração a compaixão, e a outra caminhou para a amargura. Abraços

Marcos Takata disse...

Com certeza que o bom precisa de formiguinhas boas.Namaste

O Profeta disse...

Uma jura de amor nasce do peito
O querer vestiu-de de exaltação
Um olhar prende um sorriso sincero
Duas mão procuram a união

Seguem juntos rumo ao infinito
Habitam o Templo da imaculada ternura
Nesta peça ninguém morre, acaba bem
As deixas são engalanadas pela formosura


Queres viajar no para sempre...?

Doce beijo

NUMEROLOGIA E PROSPERIDADE disse...

Essa fábula é muito interessante,lembra a minha infãncia. Aprendi muito com as formigas e também com a cigarra.
Saudações Florestais !

Maria José Rezende de Lacerda disse...

Tem um selo “SOMOS TODOS IRMÃOS” no meu blog para você. Este selo representa o amor universal. Vamos participar desta corrente de amor, levando luz a todos os nossos irmãos.

Peregrina da Luz disse...

Agradeço de coração, pelos comentários e selinhos, vou pegar pra colocar num slide. Beijos no coração.